Buscar

sábado, 15 de setembro de 2012

os objetos impossíveis de Jacques Carelman

Jacques Carelman é um daqueles artistas que brincam com a lógica das coisas e invertem os sentidos de um modo encantador. Quase como um quadro surrealista, Carelman sugere em seus objetos formatos absurdos que dispensam de si sua função principal. Um exemplo disto é o bule especialmente feito para masoquistas rs e "à mesa, eu e você" onde a função principal é aproximar as pessoas quando estão à mesa.

Estes e outros objetos - tão absurdos e divertidos quanto - estão em um catálogo criado pelo artista em 1969. Desapegados de qualquer funcionalidade convencional, são uma crítica, quase uma sátira, à necessidade de consumo (e à lógica: comprar, consumir e descartar).

absurdo, Carelman, fantastico, ilogico, inutilidade, Jacques, objetos


Talvez a obra de Carelman questione a nossa necessidade de determinados objetos, mas analisando um pouco fora da crítica anticonsumista do autor, seus objetos também sugerem outros usos e funções para si, mesmo que absurdas. Nos fazem pensar como algumas peças seriam se tivessem outro formato e que talvez elas só funcionam por possuírem aquela forma.

Rocking-tableCactus Glove

Lembrando que aí se dá a maior função do designer: projetar coisas (objetos, ambientes, peças gráficas) que associem, da melhor maneira, forma à função para satisfazer a necessidade de um usuário específico.

Para designers ou não, as reflexões fornecidas pela obra de Carelman são válidas: preciso mesmo daquele objeto? a forma é importante, chega a ser essencial? O que você acha disso?

Jacques Carelman faleceu em março de 2012, mas você pode ver mais desses objetos loucos no site do artista.

absurdo, Carelman, fantastico, ilogico, inutilidade, Jacques, objetos


 Créditos: Obvious Magazine
It's Nice That





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

mais de Le Brun

Como mencionei no post anterior, Charles Le Brun foi responsável pela decoração do Palácio de Vaux-le-Vicomte, propriedade do Superintendente das Finanças do rei Luís XIV, Nicolas Fouquet. Este castelo setecentista foi construído em estilo barroco pelo arquiteto Louis Le Vau, o pintor e decorador Charles Le Brun e o paisagista André Le Nôtre entre 1658-61, a mesma equipe que concebeu mais tarde o Palácio de Versalhes para o rei Luís XIV.


Ficheiro:Château de Vaux-le-Vicomte, septembre 2005 02.jpg
Vista do Palácio a partir do portão

Ficheiro:Vaux le vicomte 1.jpg
Fachada principal, vista do jardim

Abaixo algumas imagens das decorações feitas por Charles Le Brun para o Palácio:

Quarto de Nicolas Fouquet
Quarto da Sra. Madeleine Fouquet

 
Sala de Jantar
Le Vau,Louis,architect. Main Facade, Vaux-le-Vicomte palace, begun 1641. Interior decoration by Louis Le Brun (1619-1690), garden by Andre Le Notre (1613-1670). For Vaux le Vicomte see 14-01-04/1-20
Escultura do Jardim, vista da fachada principal
Sala de Jogos
Le Brun,Charles. Vaux-le-Vicomte, "Salon des Muses", trompe-l'oeil ceiling with murals of the muses and a raised dais. Moliere's "Ecole des Maris" was performed here for the guests of Nicolas Fouquet on July 12, 1661. For Vaux-le-Vicomte see 14-01-04/1-20
Salão das Musas, salão para convidados





Créditos:

talvez o primeiro decorador


Você sabe quem foi Charles Le Brun




Arquivo: Le brun.jpg
Charles Le Brun (Retrato de Nicolas de Largillière)


Charles Le Brun (1619-1690), nascido em Paris, França, foi um pintor, teórico e um dos primeiros decoradores da qual se têm registro.

Filho de um escultor que lhe ensinou a profissão, Charles revelou cedo sua vocação para a pintura, começando a trabalhar com um pintor local (François Perrier) aos treze anos. Seu talento chamou a atenção do Chanceler Pierre Séguier que o tomou para sua guarda e o levou em viagens para Itália, onde estudou grandes escultores e pintores italianos e conheceu Nicolas Poussin, seu mestre anos mais tarde.

De volta à Paris, recebeu várias encomendas de trabalho, entre elas a do Superintendente das Finanças de Luís XIV, Nicolas Fouquet, para quem realizou as esculturas dos jardins, as tapeçarias e a decoração interior do Palácio de Vaux-le-Vicomte.

Le Brun foi ainda nomeado Primeiro Pintor Real, diretor da Manufatora Real dos Gobelins (famosas tapeçarias francesas) e da mobília real e Chanceler vitalício da Academia Real de Pintura e Escultura, que fundou com outros onze pintores. Fundou ainda a Academia de França, em Roma, com o objetivo de formar e estimular o talento de jovens pintores e escultores.

Algum tempo mais tarde, Le Brun também foi responsável pela tranformação do Pavilhão de Caça de Luís III no Palácio de Versalhes, junto ao arquiteto Louis Le Vau e ao paisagista André Le Nôtre (criador dos "jardins à francesa"). Le Brun, realizou trabalhos na decoração e pintura na Escada dos Embaixadores, na Galeria dos Espelhos, nas salas da Paz e da Guerra e nos grandes apartamentos reais, constantemente inspirado na mitologia e na arte italiana e honrando sempre o Rei Sol - Luís XIV. Le Brun foi ainda o criador da Art Officiel, arte colocada ao serviço do poder e das grandes instituições.


Galeria dos Espelhos (Palácio de Versalhes)




Como teórico, escreveu o tratado A Expressão das Paixões (1663), no qual analisou os diferentes estilos e gêneros de pinturas, e Método para Aprender a Desenhar as Paixões (1698, edição póstuma), no qual descodificou, apoiando-se nas teorias de Nicolas Poussin, seu mestre na pintura, a expressão visual das paixões na pintura.


Quanto aos seus trabalhos, destacam-se ainda, a decoração da Galeria de Apolo (1663) no Louvre e os quadros O Retrato Equestre do Chanceler Séguier (1655-57), Alexandre e Porus (1673), Adoração dos Pastores (1690), Martírio de S. André (1647), entre outros.






Galeria de Apolo (Museu do Louvre)


Ficheiro:Salle des gardes de la reine-JUPITER ACCOMPAGNE DE LA JUSTICE ET DE LA PIETE.jpg
Teto da "Guarita da Rainha", com a pintura Júpiter acompanhado da Justiça e da Piedade


Ficheiro:Versailles Queen's Chamber.jpg
Quarto da Rainha (Palácio de Versalhes)


Créditos: